domingo, 28 de novembro de 2010

A Flor do Silêncio


A folha em branco. A
pele. O flanco. A tela o banco.
O som do espanto. Um canto
de solitários encantos
descascados.

Brandos finais.

Mortes agudas. Mudas que
se nascem. Escutas?
Silêncio de folhas
maduras e secas.
Nesgas de pele despida.
Vida.
Limite oco
fértil kaiçara do ovo.
A casca friável do sol
partido renasce cuspida
a fome que nos come o
sentido. Umbigo desnutrido. E fico.

Infinito excesso expelido
em camadas largas.
A lucidez dos degraus
da escada.
Larvas extintas fecundadas.
Flor que por
fim se despetala.
Adubo da fala. Cor da
dor inequívoca.
Limítrofe carnívora
do sopro extinto
de pudor.
Aura lançada,
externa, a estúpida
calçada onde
ficou prisioneiro
o Amor.

Shala Andirá

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