sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Um convite ao infinito: Mostra-me tua face

Ela costura fibras de noite
ao vestido
enquanto a morte
sussurra segredos
aos pés dos seus ouvidos


Ele, na janela, prega
seus dias
às luzes das velas
enquanto a vida finge
ser bela

(Diante da tela, os homens
morrem na véspera
do amor.
O corpo limitado, explode
de desejo ou definha de dor.
A Alma vai e volta
entre os delírios da febre e o
aconchego do torpor
entre o corredor da morte
e a vida confortável de um cobertor.)

O amor
vastidão perene, descansa
na ante véspera do
humano
aguarda o ser
profano que ouse
se crescer para além, muito
além da dor
inerente
ao seu tamanho
de gente.

A morte, é apenas um convite
à vida.
Sente.

Shala Andirá

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