terça-feira, 31 de agosto de 2010

Enfermaria - Aqui jaz mais um dia

Não trago flores ao teu quarto de estrebaria.

Hoje era café pequeno.Tua fome de dreno cultivando este pus ingênuo. Alimento enfermo.

Minha infectologia braba é estimulada apenas à emergência do que rasga. Sino de crença disparada à faca. Santo diviso de verve tresloucada me larga sobre cavalos em febre ao íntimo que me fere, onde a palavra não se lava nem gere.

Eu quero amar o bicho que te come por dentro não este pássaro lento que cozinha tua morte e sobrevoa sedento. Não cultivo carniça em minha horta. Tenho fome de carne viva. Abre a porta e se corta ou de mim, te aborta.

Shala Andirá

Crua

O suor me torna no tremor que me prende. Pássaros ríspidos da aurora. Rija flora, no teor que a mim teme o teu agora.

Deusa dos meus cuidados crus,
perca minha alma dentro do teu corpo
nu.

Shala Andirá


Trajetória da dor

Não me venha com sua linha reta. Minha digressão é ébria. Começa nos ladrilhos cor-de-rosa escorrega com dois dedos de prosa. E goza tortuosa. A língua nasce lânguida e brinda a incoerência que me vinga a lucidez extinta. Pingo num jardim de farpas ilógicas: este amor que me sobra e me permanece. Constantemente em obras.
Shala Andirá