segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ele veio faminto, nas pálpebras de um sorriso impreciso, em busca do vício.

extremo oposto.

Então era tarde. Nunca acendo as luzes da cozinha na madrugada, bebo água do filtro, e o líquido, no escuro, tem gosto firme de barro diluído. A percepção da cegueira é aguçada. Reafirmo meus pés sobre o chão da aurora no marulhar da enseada. Alguma coisa me segura. Ana Cristina dorme ao meu lado e se dedica. Na cama o braço se enlaça ao oposto, como uma velha algema que me abraça ao som dos uivos das vidraças sem rosto e intensifica. O vento está a minha caça. Corro o risco. Quando não esperamos mais a realidade se antecipa. Seguro com cuidado materno sua sombra em minhas mãos. Costuro suas formas em mutação a meus pés, e danço.

Shala Andirá

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