terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sede de nada

Afundei a cabeça e
bebi o mar de um só gole
revestindo águas com
mágoas salgadas

Bichos, bicos, nadadeiras
e está cachaça

A palavra enforcada, eu
mordendo o chão da
enseada

A morte trabalha entalhando
pedras e táboas
A vida se espalha com
suas navalhas redes e falhas

Quanta sede
Quanta sede

Bebi o mar de um só
gole, e o mergulho
é o que me engole

O medo se agarra
na borda. Na bóia.
Eu escorro roendo a corda.

Shala Andirá

Um comentário: