terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ausência

Vejo a pedra sobre velhos ossos
Vejo a pedra sobre os olhos
e os leopardos dentro
da cabeça
salivando destroços

Ao íntimo gosto que lambe
minha terra
rio de sangue

Não há imagem rara sob o
céu da Baía
há o corpo saqueado
ausência parda de poesia

As pilhas estão gastas
o firmamento dividido em pastas
os loucos pisando este
chão de vidraças

Vou morrer mordendo livros
como as traças
o corpo comido, com
sorte, antes da morte, rapinado pelas águias

Último vôo destemido
distante das larvas.

Shala Andirá



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